quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Após 26 horas, rebelião chega ao fim no presídio Urso Branco, em RO

Detentos fazem rebelião no Urso Branco (Foto: Hosana Morais/G1)Detentos subiram na caixa d'água do Urso Branco, em Porto Velho (RO), durante rebelião (Foto: Hosana Morais/G1)
Depois de mais de 26 horas, chegou ao fim, às 19h40 desta segunda-feira (19), a rebelião na Casa de Detenção Dr. José Mario Alves da Silva, o Urso Branco, em Porto Velho. Os cerca de 500 presos pediam o afastamento do diretor da instituição. Dos 38 familiares mantidos reféns, quatro saíram do local, mas o restante preferiu ficar com os detentos. Ainda não há previsão de quando eles serão liberados.
"As demais [esposas e mães de presos] optaram por passar a noite com seus familiares presos. Elas devem sair só após a troca de plantão, depois das 6h de amanhã [terça-feira]", informou o responsável pela segurança externa do presídio, o major da Polícia Militar De Lima.
O policial disse que os presos se entregaram e serão mantidos na quadra de esportes onde costumam tomar banho de sol até o final da revista nas celas, que deve ter início às 6h desta terça-feira (20). Ainda conforme o major, seis detentos pediram para ser transferidos e foram encaminhados para a Penitenciária Estadual Edvan Mariano Rosendo, o Urso Panda.
Houve princípio de tumulto após notícia de possíveis mortes (Foto: Toni Francis/G1)Houve princípio de tumulto após notícia de
possíveis mortes (Foto: Toni Francis/G1)
Duas mulheres que estavam na penitenciária deram informações sobre a condição dos presos. Uma disse que todos estavam bem e sentados na quadra. "As mulheres que ficaram estão em local separado", afirmou. Outra mulher, que chorava de nervosismo, disse ter ouvido notícia de que dois apenados foram mortos, mas a polícia negou.
Devido ao rumor sobre duas mortes, houve princípio de tumulto do lado de fora do Urso Branco, quando viaturas e ambulâncias tentavam sair, mas a situação foi controlada. Familiares dos presos fizeram "apitaço" com motos e gritaria.
O major De Lima informou ainda que, durante toda ação da polícia, houve quatro feridos. "O ferido mais grave foi machucado no olho, por tiro de bala de borracha", afirmou o oficial. A esposa de um apenado, que disse ter amigos trabalhando no Hospital João Paulo II, refutou a informação e afirmou que foram oito feridos. Já a mulher de outro detento contou que o marido foi baleado no maxilar. "Não era bala de borracha, tanto que o projétil ficou alojado no maxilar do meu marido", declarou.
A rebelião
De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários e Socioeducadores do Estado de Rondônia (Singeperon), por volta das 17h de domingo, os detentos estavam com os visitantes na capela do pavilhão A. Quando os agentes anunciaram o encerramento do horário de visita, os presidiários se recusaram a liberar os familiares, fazendo os visitantes de "escudo humano". Às 19h, a direção do Urso Branco teria tentado negociar com os presos.
Ainda conforme o Singeperon, por volta de 1h, os presos quebraram uma parte da parede da igreja e invadiram outros pavilhões da penitenciária, libertando os demais detentos. Houve queima de colchões e depredação de celas.
A Secretaria Estadual de Justiça (Sejus) solicitou intervenção militar e o Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar foi enviado ao Urso Branco para conter os detentos. Também foi solicitado o envio de um negociador da PM para tratar com o presidiários.
Fonte: G1 Globo

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