APÓS FUGA NA LEMOS BRITO, AGENTES DENUNCIAM SITUAÇÃO DA PENITENCIÁRIA.
Após fuga de cinco internos da Penitenciária Lemos Brito (PLB), em Salvador, os agentes se queixam de contingente insuficiente no sistema penitenciário e de deficiências na estrutura física das unidades. A denúncia é feita pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários da Bahia (Sinspeb), que convocou a imprensa para uma coletiva na tarde desta segunda-feira (8), na sede da entidade, no bairro da Mouraria, centro da capital baiana.Os cinco internos que fugiram da penitenciária no domingo (27) passaram por um buraco na parede de um banheiro durante o horário de visitas. Segundo o Sinspeb, o buraco foi aberto facilmente, porque a parede do banheiro não era de concreto.No horário de visitas, que ocorre diariamente de 8h às 16h, o barulho ambiente aumenta, por conta de altas conversas, cantorias e demais ruídos que podem ter dificultado a propagação do som. Nesse período, o sindicato informou que não há funcionários na área de acesso aos banheiros, porque devem ficar do lado de fora da área reservada para os encontros.Por plantão, cerca de cinco agentes fazem a segurança em toda a penitenciária, que conta com 1.336 detentos, 312 a mais que a capacidade da Lemos Brito, segundo dados da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP), divulgados pela SINSPEB.Durante as visitas, o número de pessoas circulando aumenta, dificultando o controle, alegam os agentes penitenciários. Eles afirmam que fazem vistoria de cada uma das celas após a visitação dos familiares, mas que não identificaram o buraco na parede nesta ocasião.“A penitenciária é vistoriada após encerramento do horário de visitas, que é quando fazemos a conferência. Acreditamos que o buraco foi feito durante o tempo de visita. Eles costumam usar técnicas de camuflagem, usando jornal e pasta de dente, por exemplo”, diz o sindicalista Nelson Luís dos Santos.O sindicato informou que, em agosto deste ano, um relatório sobre a situação do sistema penitenciário foi entregue ao Governador do Estado, ao Ministério Público da Bahia e à Assembleia Legislativa.Segundo o sindicato, a PLB tem hoje 74 agentes, divididos em plantões, mas apontam que o contingente ideal seria de 320. Os agentes relataram que chegam a cumprir jornada de trabalho de até 60h.A Sinspeb informou que, até então, a fuga do presídio mais recente tinha ocorrido há cerca de dois anos. O sindicato diz que não tem certeza do dia em que a fuga aconteceu na unidade Lemos Brito. Nenhum dos presos foi localizado até o momento.Os agentes que participaram da coletiva afirmaram que é comum encontrar objetos que são jogados de fora para dentro da penitenciária. A segurança externa é feita pelo Batalhão de Guarda, mas, segundo a categoria, não consegue suprir as necessidades do local, o que acaba facilitando a fuga dos presos.
Fonte: G1
