quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Carnaval deve ganhar mais barreiras e portais de acesso após número de baleados crescer

Após anos de redução, os índices de violência nos circuitos do  Carnaval de Salvador voltaram a subir. Com o crescimento  do número de foliões atingidos por arma de fogo -  que saltou de três no ano passado para 21 em 2015 de acordo com balanço apresentado na terça-feira -  a Secretaria de Segurança Pública (SSP) quer estabelecer uma restrição de acesso aos circuitos, com barreiras e instalação de portais.
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Carnaval deve ganhar mais barreiras e portais de acesso após número de baleados crescer(Foto: Reprodução)
Também foram registrados dois homicídios nos circuitos - em 2014, houve apenas um. Segundo o secretário Maurício Barbosa, as barreiras seriam a saída para evitar que se repita os número de atingidos por armas de fogo este ano, já que haveria revista com detectores de metais em todos os acessos, além de permitir mensurar qual é realmente a quantidade do público - o que ajudaria no planejamento da festa e distribuição dos policias.
“Houve um acréscimo no número de foliões ao que se percebe, e isso de certo modo refletiu no número de ocorrências. Estamos buscando softwares (programas de computador) que ajudem nessa aferição de forma mais cientifica nos próximos anos”, afirmou o secretário de Segurança, durante a entrevista coletiva, coordenada pelo governador Rui Costa, para balanço do Carnaval.
Prefeitura
A instalação de portais e barreiras também foi defendida pelo prefeito ACM Neto. Ele disse que vai procurar o governo para discutir o aumento no número de baleados. 
As lesões mais graves registradas este ano ocorreram no Centro(Foto: Betto Jr)
“Não houve grande mudança na programação, exceto pela grade dos DJs na Barra para a espera do arrastão, o que não teve influência no aumento da violência. O que pode ter provocado esse aumento foi a inexistência das barreiras, medida realizada no Carnaval passado, inclusive com detecção de metais. Isso inibia o bandido, que nem levava a arma porque sabia que poderia ser revistado”, disse.
De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública, houve mais de 12 mil abordagens este ano. “Fizemos esse controle nos pontos de ônibus e nas estações de transbordo, o que resultou na apreensão de nove armas de fogo e de inúmeras armas brancas”, contou Maurício. 
Nove pessoas foram conduzidas, fruto dessas abordagens. “Vamos investir no  aumento dos detectores de metais, que atualmente são 420 equipamentos manuais”, disse  o governador Rui Costa. 
Produtividade
O governador destacou ainda o que chamou de crescimento da “produtividade” policial. “Cresceu em mais de 138% o número de conduções por causa de uso ou venda de entorpecentes e em 92% o número de Termo Circunstanciado de Ocorrência, debitamos isso na conta do empenho do trabalho policial”.  
Já Barbosa explicou que, no próximo Carnaval, a polícia vai  ampliar o monitoramento das redes sociais, onde este ano foram marcados encontros e identificação visual (com roupas e adereços) de bairros e gangues rivais. 
“Tivemos a presença maciça de gangues em disputa, não só de tráfico, mas também rixas de bairros que ocorrem por causa da juventude. As duas mortes no circuito não estão relacionas a brigas momentâneas, mas a acertos de contas anteriores, ao que se sabe até agora”, afirmou o secretário.
Maurício Barbosa em apresentação do balanço dos números da violência do Carnaval deste ano(Foto: Manu Dias/GOV BA)
O secretário também destacou o trabalho com o cantor Igor Kannario para evitar problemas na passagem de seu trio que arrastou uma multidão na avenida, na segunda-feira, e que a experiência será repetida. "Temos que conscientizar os artistas na responsabilidade que tem para não provocarem esse tipo de rivalidade com sua música”, disse. 
Confrontos
Maurício Barbosa afirmou também que, segundo depoimentos de pessoas conduzidas por conta de brigas provenientes dessas rivalidades, a redução do circuito do Centro (com a exclusão da Carlos Gomes) teria aumentado o confronto de grupos que antes estavam pulverizados.
Foi no Centro que, de acordo com secretário de Segurançaç, houve lesões mais graves o que, segundo ele, está relacionado com os artistas que tocam no Centro e para quais públicos atendem. 


Fontes:Correio Da Bahia

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